Cidade Livre – João Almino

16/01/2020

Descobri esse livro na biblioteca, enquanto buscava livros relacionados a Brasília para o nosso projeto Lendo e Viajando. Não conhecia esse autor, mas quando fui pesquisar a respeito vi que ele possuía diversas outras obras. Inclusive, foi aí que eu descobri que Cidade Livre é o último livro de uma série de cinco obras chamada o Quinteto de Brasília. Não li os outros quatro, confesso, mas vou contar para vocês um pouquinho do Cidade Livre, que na minha opinião dá para ser lido individualmente.

João Almino nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1950. É escritor e diplomata, possuindo obras de ficção e não ficção publicadas. Seu romance Cidade Livre foi publicado em 2010, e foi finalista do Prêmio Jabuti em 2011.O livro é escrito em forma de blog, João, o autor do blog (não confunda com o autor do romance), conta a história da sua infância, que viveu na construção da cidade de Brasília. João perde seus pais ainda muito novo, e vai viver com o padrasto e suas tias maternas na nova capital. O padrasto que ele trata como pai o livro todo, está no planalto central com o intuito de trabalhar. Ele não tem muito bem uma profissão definida, sabemos que ele é formado em medicina, mas não exerce. Ele é próximo do presidente JK, e faz um trabalho de uma espécie de jornalista, empreendedor, cronista. Já sabemos desde o início da história, que eles não se falam a anos, e ao longo da história entendemos o motivo.Para contextualizar o nome do livro, precisamos entender um pouquinho da história da capital. Quando Juscelino resolveu construir Brasília, ele precisava de muita mão de obra, e para diversas pessoas foi a chance de uma nova vida. Trabalhadores vinham de todos os lugares do país, em especial do nordeste e Minas Gerais. Foi chamada Núcleo Bandeirante a região administrativa que recepcionava e administrava a vida desses novos trabalhadores, que vieram a se chamar candangos. Foi construída uma cidade provisória para abrigar essas pessoas. Era toda feita de madeira, já que assim que a capital fosse inaugurada, a cidade deveria ser destruída, e essas pessoas deveriam ir embora (claro que não foi isso que aconteceu). Por ser provisória, a cidade era livre de impostos, ganhou então, o nome de Cidade Livre.

O nosso protagonista conta sua vida de criança na Cidade Livre, e como ele presenciou o crescimento e a chegada de cada vez mais operários. Temos também outros personagens importantes para a história. Suas tias maternas, são duas personalidades bem distintas. Temos Matilde, uma funcionária pública que é contra a construção de Brasília, na concepção dela não tinha o porquê transferir a capital, e ela vê isso como uma grande oportunidade de desvio de dinheiro (inclusive nunca foi definido quanto foi gasto com essa construção). De outro lado, temos Francisca, que trabalha como cozinheira dos operários, e é extremamente a favor da construção da nova capital, e apoia o governo. No meio dessa história familiar, vamos ter Valdivino, um dos operários da cidade que fica bem próximo da família de João. E além dele, temos Lucrécia, uma das mais famosas prostitutas da cidade.O romance vai trazer muito da história mítica que envolve a cidade. Ele vai misturar eventos reais com ficção de uma forma muito natural.

O livro é bem rápido de ser lido, mas ao mesmo tempo é bem denso de informações. Achei que é um ótimo início para se entender toda a história de Brasília. Quero ler os outros livros do autor para entender toda a série, mas inicialmente digo que gostei bastante. E recomendo bastante se você tem o objetivo de se aproximar e entender um pouco da história da nossa capital. 

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