Memórias de um sobrevivente – Arnaldo Niskier

Memórias de um sobrevivente, foi outra de minhas aquisições na feirinha da rodoviária do Tiete, em São Paulo. Foi um daqueles livros que da uma sensação boa de ler. Um dos meus gêneros literários favoritos é biografia. E essa história nada mais é que uma biografia de uma das revistas que por muitos anos foi a mais importante do Brasil, a revista Manchete. Apesar de não possuir memórias dessa revista, já que ela encerrou suas atividades quando eu tinha apenas três anos, sei que quem viveu nas décadas de 70, 80, com certeza se lembra de várias edições da famosa Manchete.
Escrito por Arnaldo Niskier, autor carioca, que por muitos anos trabalhou na revista, e amigo de Adolpho Bloch. A revista teve sua primeira edição no ano de 1952, e seu fim em 29 de julho de 2000. Contou com diversos jornalistas e colaboradores, como Nelson Rodrigues, Carlos Drummond Andrade, Rubem Braga.Foi uma enorme surpresa essa leitura, já que eu pouco sabia da história da revista. O livro é dividido em duas partes.
Na primeira parte, Arnaldo nos conta um pouco sobre a história da revista, a vida de seu fundador, Adolpho Bloch. Conhecemos então como a revista foi criada, seus momentos de ascensão e sua decadência, que veio principalmente, com a criação da emissora de televisão Rede Manchete.Já na segunda parte vamos acompanhar diversas das mais famosas reportagens. Dividas por categorias, é muito divertido e enriquecedor, ler matérias nas categorias, de políticas, música, arte, teatro, futebol. Recheado de fotografias, pequenos trechos de músicas, poemas, Arnaldo ilustra a história da manchete com contextos históricos da época. O livro é escrito de forma não linear, o que nos faz viajar no tempo em vários momentos.Eu amei o livro, foi uma experiência deliciosa, e com certeza cheia de conteúdo. Além de da biografia da revista, é possível ter uma bela aula de história do Brasil com esse livro. Eu recomendo muito. Acredito que conhecer a história do país que vivemos, e principalmente uma revista que por muito tempo foi importantíssima para a imprensa brasileira é essencial.