Sagrada Família - Zuenir Ventura

15/11/2017

Literatura nacional em um cenário típico brasileiro. O livro tem como pano de fundo o Estado Novo na década 40.A história é narrada por Manuéu (que se orgulhava de seu nome, sem desconfiar ser um erro do escrivão). O garoto de apenas nove anos passa suas férias de julho na casa de sua tia Nonoca, em uma pequena cidade do Rio de Janeiro, Florida. Além de sua tia, há suas duas primas, Cotinha de 15 anos e Lenninha de 14.Esse é um romance sobre a perda da inocência. Logo no primeiro capítulo acompanhamos quando Manuéu vê sua tia Nonoca em um momento íntimo com o farmacêutico Seu Canuto.A história do livro se inicia em 1940 e se encerra 50 anos depois. É um romance de formação, de crescimento.Cotinha e Leninha estão no auge da adolescência, sonham em encontrar um grande amor. Cotinha é a primeira a se envolver com um rapaz. Douglas Kendery era um jovem policial natural da cidade de Florida. Chamando a atenção por seu porte físico, ele e Cotinha logo iniciam um namoro.Contra o romance, Nonoca não aceita o genro, e a vida a família começa a transformar em um campo de brigas constantes. Douglas sempre está com outras mulheres, e muitas vezes se torna agressivo.No casamento da irmã, Leninha conhece Tony, irmão de Douglas. Os jovens se apaixonam, mas no intuito de agradar sua mãe, Leninha não da continuidade ao namoro. Para Nonoca, os irmãos eram todos iguais de caráter.O livro todo traz como a época influenciava nas relações. A sensualidade era implícita. A moralidade era pauta constante. Uma família que de sagrada só o nome da obra.O livro foi publicado em 2012, pelo autor Zuenir Ventura. Mineiro, da cidade de Além Paraíba, ele viveu grande parte de sua vida no Rio de Janeiro. Zuenir é jornalista, e esse é seu primeiro romance ficcional.O narrador do livro seria um alter ego do autor. Em uma entrevista, Ventura afirma que trabalha com três tipos de memórias. As suas próprias, recordações da época. As memórias emprestadas ou roubadas e as memórias inventadas.Fica a seu critério acreditar qual dessas memórias o escritor usou em 'Sagrada Família'.O livro é simplesmente sensacional. Uma leitura rápida, fluída e gostosa. Eu não esperava gostar tanto, para ser bem sincera. O final do livro é cheio de descobertas e reviravoltas. Vale muito a pena a leitura.


"Você não sabe quando termina a memória e quando começa a imaginação." 

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